A Guerra na feita pela Rússia à Ucrânia mudou todo o alicerce da segurança Europeia.
Os países deixaram de ser livres para optarem pela sua segurança coletiva. Esta é a ditadura de um país que já foi invadido e que não aprendeu a lição de duas guerras mundiais.
Violência só trás desconfiança e repulsa pelos atos praticados, contra os mais fracos que faleceram ou ficaram com os seus bens e famílias devastados por uma guerra sem sentido.
O Mundo e a Europa não estavam preparados para esta guerra e sanções que se seguiram, todos demasiado dependentes uns dos outros economicamente. Como se pode assim aplicar restrições sem ter o respetivo ricochete. Espero que tenham aprendido a lição.
David Dinis, diz que a guerra na Ucrânia já leva mais de dois meses e, com o passar do tempo, deixou-nos mais perto de um mundo novo. E não parece melhor, o que aí vem.
Analisámos o dilema do embargo à energia russa com Veli-Pekka Tynkkynen, investigador finlandês na área das políticas ambientais russas: “A este ritmo, quando a Europa cortar o gás e o petróleo russos, a Rússia já terá novos clientes. Não terá qualquer impacto na guerra”.
Aprofundámos a problemática das sanções, recorrendo a Rajan Meno, especialista em Ciência Política e Relações Internacionais: “O sucesso histórico das sanções não é significativo, mas os efeitos nas economias ocidentais… e são democracias, as pessoas votam”.
Discutimos a questão dos crimes de guerra com Keir Giles, especialista em questões de segurança e diretor de investigação do Centro de Estudos de Conflitos: “A Rússia sabe que a probabilidade de ser responsabilizada é muito remota”.
Fizemos um retrato à teia financeira de Moscovo, neste texto com um consórcio internacional: o sobrinho de um oligarca, um tatuador e 700 milhões de dólares em transferências secretas, rastreados até um aliado de Putin.
Levantámos o véu à muito próxima adesão à NATO da Suécia e Finlândia, medindo o grau de suscetibilidade, com Valery Shlyamin, ex-representante comercial da URSS num destes países. E diz ele: “A Rússia terá de responder adequadamente. A NATO é uma ameaça à segurança nacional”.
Falando em adesão, tivemos uma ajuda à reflexão de Daniel Oliveira, falando sobre a promessa à Ucrânia de entrada na UE: A Europa está a mentir aos ucranianos.
Sobre as divisões na própria Europa, a ajuda de outro cronista: Órban quer o mesmo que Putin (está escrito e dito).
E o que vem aí? Entrevistámos Oliver Letwin, autor de “China versus América”, que avisa: “É quase certo que a economia mundial se vai partir em dois blocos”. E recomenda: Para enfrentar a China (e a Rússia) é preciso agir como os golfinhos.
Manuel Machado/David Diniz – Expresso