DESERTIFICAÇÃO HUMANA E AMBIENTAL EM MONTALEGRE?
Em Barroso, é a desertificação humana que vai na frente por motivos que todos conhecemos. Nomeadamente a falta de investimentos que gerem empregos estáveis, para não termos que ir ganhar a vida para o litoral. A auatarquia de Montalegre vai fazendo o que pode, admitindo alguns novos colaboradores e é o primeiro empregador do Concelho. Em tempo de vacas magras o orçamento camarário não estica e com a Covid 19 os problemas sociais aumentaram e é necessario pensar primeiro nas pessoas doentes em dificuldade.
Se a basuca que ai vem, penso que a Montalegre nem fisga chega, vai resolver algum problema, temos que esperar para ver, porque para já as noticias para o interior não são animadoras. As noticias que nos chegam é que os beneficiados são os suspeitos do costume (Zonas metropolitanas de Lisbos e Porto.) O interior é só para pagar impostos e mostrar paisagens.
A sociedade deve compreender que o despovoamento pode ser uma consequência da desertificação, mas existem muitas regiões do País, sobretudo no interior, que se encontram despovoadas por outras razões que não se prendem com uma degradação acentuada dos recursos naturais. Ambas as situações necessitam da implementação de estratégias de desenvolvimento adequadas às especificidades geográficas de cada área, que proporcionem a melhoria da qualidade de vida das populações e a salvaguarda dos recursos naturais.
O concelho de Montalegre tem sofrido nos últimos dez anos uma desertificação humana em média de 125 pessoas anuais ou seja 11,2%, Mesão Frio decreceu 19,8%, Santa Marta, 17%, Régua, 15%. Não fomos os campeões das descidas, como nos querem fazer crer, mas houve gente que teve que procurar novas moradas para ganhar a vida ou terminam a sua vida terrena. Os nascimentos são diminutos e os falecimentos numa população envelhecida são naturalmente maiores.
Cada dia se torna mais evidente que os processos de desertificação que conduzem à degradação dos recursos naturais vitais devem ser encarados como um problema de consequências globais, que necessita de ser enfrentado, uma vez que contribui para a insegurança alimentar e para o aumento da pobreza em vastas áreas do Planeta. Neste caso o fogo florestal tem que ser combatido, porque acelera a degradação dos solos. Uma boa floresta sustenta uma boa biodiversidade. Ficamos também muito longe de tudo por uma estrada que tarda por não ser retificada (EN103). Em período de verão as praias são mais apetecíveis porque são mais centrais com bons acessos, enquanto o campo não os tem. Tem outras coisas, como sossego e fuga ao stress diário da cidade, mas precisa de melhores acessos de mais oferta gastronómica e de instalações com qualidade onde se possa repousar. Temos que inverter ou pelo menos estancar a perda de população. Precisamos de mais ajuda, porque as autarquias do interior não tem capacidade financeira dado que falta quase tudo. Precisamos de gastar o dinheiro onde é necessário e não onde fazem embelezamento como tem acontecido. Onde há muita gente gasta-se muito dinheiro as vezes sem qualquer necessidade. Todos conhecemos casos desses. Outros nem sequer tem arruamentos condignos ou saneamento básico como é o caso da minha aldeia e de muitas outras aldeias.
Cada dia se torna mais evidente que os processos de desertificação que conduzem à degradação dos recursos naturais vitais devem ser encarados como um problema de consequências globais, que necessita de ser reforçado, uma vez que contribui para a insegurança alimentar e para o aumento da pobreza em vastas áreas do País.
CAUSAS DA DESERTIFICAÇÃO
As causas conducentes à desertificação são diversas, podendo ter origem natural, como mudanças climáticas naturais, a exemplo da que conduziu à formação do deserto do Sara, entre 5000 a. C. e 1000 a. C., ou, antropológicas, isto é, devidas à ação humana.
A FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) propõe cinco áreas de ação humana, como potenciadoras do efeito de desertificação:
1) degradação das populações animais e vegetais (degradação biótica ou perda da biodiversidade) de vastas áreas de zonas semiáridas devido à caça e extração de madeira;
2) degradação do solo, que pode ocorrer por efeito físico (erosão hídrica ou eólica e compactação causada pelo uso de máquinas pesadas) ou por efeito químico (salinização ou solidificação);
3) degradação das condições hidrológicas da superfície devido à perca da cobertura vegetal;
4) degradação das condições geohidrológicas (águas subterrâneas) devido a modificações nas condições de recarga;
5) degradação da infraestrutura económica e da qualidade de vida dos assentamentos humanos.
Estes cinco componentes traduzem, de um modo genérico, os impactes negativos da ação do homem nos ecossistemas naturais, conduzindo à sua destruição e consequente desertificação.
A poluição dos solos, a agricultura intensiva, o uso de químicos agrícolas, a sobre-exploração madeireira, o pastoreio intensivo, a pressão urbanística, a extração de areias e as alterações climáticas (nomeadamente, dos regimes de pluviosidade) devidas ao aumento artificial do efeito de estufa, são fatores que, combinados, conduzem à destruição de solos, impedindo qualquer produção agrícola ou crescimento vegetal significativo, de, segundo dados das Nações Unidas, até 12 milhões de hectares de solos, por ano, levando a perdas económicas enormes, devidas à desertificação.
O problema da pobreza está também diretamente ligado à desertificação, já que 800 milhões de pessoas que não têm uma alimentação adequada vivem em regiões secas, necessitando de (sobre)explorar os parcos recursos que o meio disponibiliza para conseguir obter alimento, agravando assim ainda mais a pressão de desertificação, num ciclo de retroalimentação positiva.
Como tal, é obvio que antes da tomada de medidas de cariz conservacionista seja necessário primeiro garantir a subsistência dos habitantes destas áreas, o que implica a tomada de medidas económicas, políticas e até de redistribuição geográfica das populações, em algumas zonas do globo.
Em Portugal, o problema da desertificação coloca-se ao nível de algumas zonas secas, com regimes de pluviosidade muito baixos, como é o caso de certas regiões do Alentejo e interior Algarvio.
Um outro tipo de desertificação, a desertificação humana, é também um problema atual, devido à migração das populações do interior para as áreas litorais, desertificando as áreas interiores e originando uma pressão humana muito grande junto ao litoral.
A 17 de junho, comemora-se o Dia Mundial da Luta contra a Desertificação e a Seca.
Fontes:
Rosário, L (2004)., e Roxo, M. J; Casimiro, P (2003).
Porto Editora – alterações climáticas na Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora. [consult. 2021-08-13 19:32:17]. Disponível em https://www.infopedia.pt/$alteracoes-climaticas; águas subterrâneas; qualidade de vida.