O Papel dos Zoos: Conservação
A Biodiversidade é essencial para a vida no planeta Terra. Contudo, todos os dias centenas de espécies caminham para a extinção.
As alterações na natureza provocadas pelo homem, nomeadamente a substituição de terrenos selvagens para urbanização ou cultivo aumentaram a um ritmo acelerado. O equilíbrio dos sistemas essenciais para a vida é interrompido e, embora a natureza tenha uma resiliência notável, não tem tempo suficiente para recuperar todas estas alterações. A Conservação da natureza é, portanto, mais importante do que nunca. A complexidade de envolver as pessoas na Preservação prende-se com um lema difícil de que apenas defendemos aquilo que nos é próximo e conhecemos. Um parque Zoológico consegue fazer este papel de aproximar o ser humano à natureza, dando as ferramentas sensoriais necessárias para que o homem se consciencialize e valorize a necessidade de existir vida à sua volta e, assim, perceba o seu papel na perpetuação das espécies, incluindo a sua.
A Conservação é a principal área de foco num parque zoológico, especialmente para espécies que estão ameaçadas ou em risco de extinção. Ao manter membros de uma espécie ameaçada de extinção em cativeiro, os zoos criam um reservatório genético de população e, com a ajuda de programas de reprodução, as populações selvagens podem ser aumentadas com a introdução de novos animais criados em cativeiro. Sem esses programas, as populações selvagens de espécies ameaçadas de extinção em todo o mundo teriam menos indivíduos. Com as ameaças à sobrevivência da vida selvagem a aumentar a cada dia, esses programas são extremamente necessários. Diariamente, novas espécies são classificadas como em perigo de sobrevivência e, algumas já não existem na natureza, apenas em cativeiro (zoos, reservas, associações).
A investigação científica que se verifica em Zoos é fundamental para obter conhecimento sobre o comportamento das espécies animais, necessidades nutricionais e ciclos reprodutivos. Dessa forma, com o aumento de conhecimento científico partilhado, são muitas as melhorias na intervenção da preservação e manutenção de animais, por parte dos tratadores e veterinários.
Desde a sua fundação, em 1992, a missão da EAZA (Associação Europeia de Zoológicos e Aquários) é facilitar a cooperação dentro da comunidade europeia de zoológicos e aquários em prol de temas como educação, pesquisa e conservação. Ao garantir que os zoológicos e aquários membros atinjam e mantenham os mais altos padrões de cuidado e reprodução das espécies, a EAZA capacita os cidadãos europeus a aprender e contribuir para os objetivos globais de conservação da biodiversidade. Estima-se que mais de 140 milhões de pessoas visitem os membros da EAZA a cada ano, o equivalente a aproximadamente um em cada cinco cidadãos europeus. O Zoo Santo Inácio é um dos 400 membros desta Associação.
Em 2006, o Zoo Santo Inácio, juntamente com mais quatro instituições nacionais, e com o principal intuito de promover a colaboração entre os Zoos e Aquários de Portugal, cria a APZA – Associação Portuguesa de Zoos e Aquários – que representa, nos dias de hoje, nacional e internacionalmente, oito das principais instituições nacionais que contribuem para a Conservação da Natureza e da Biodiversidade.
Segundo a UICN (União Internacional da Conservação da Natureza), das 128918 espécies monitorizadas por esta organização, 35500 encontram-se ameaçadas de extinção e, destas, 7840 correm sério risco de desaparecer. As maiores ameaças ao desaparecimento de animais e plantas na Terra devem-se às atitudes elaboradas pelo Homem. Cabe, também, ao Homem, refazer esses erros, corrigi-los para que a sua vida na Terra não se extinga.
Muitos vezes achamos que só grandes gestos é que terão impacto. Mas, de facto, isso não é verdade. Pequenos gestos fazem muita diferença. Os nossos exemplos fazem a diferença. No nosso dia a dia, como podemos ajudar a Conservar a natureza? O primeiro passo começa com a nossa preocupação, procurar informação e sensibilizar outros para o tema. De seguida, todas as escolhas e decisões diárias podem ser analisadas de acordo com a sustentabilidade e preservação do ambiente: tipo de embalagens, modos de cultivo e/ou fabrico de produtos que compramos, origem dos produtos, consumos de energias, redução de materiais não essenciais, reutilização de artigos para outros fins, reciclagem de produtos não reutilizáveis, manutenção de espaços verdes, apoio a instituições que trabalham em prol da preservação, etc. Se devemos fazer tudo de uma vez? Não, claro que não. «Um passo de cada vez» é sempre o segredo para a melhoria de vida! Temos um longo caminho pela frente, num curto espaço de tempo para intervir. Somos muitos. Se cada um fizer um bocadinho, o impacto será enorme, garantidamente.
Nós precisamos do planeta para viver e o planeta precisa de nós para não desaparecer!
Zoo Santo Inácio