Opinião – Podemos estagnar economicamente se não equilibrarmos o mercado energético.

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Opinião – Podemos estagnar economicamente se não equilibrarmos o mercado energético.

 

Posto de Transformação do Olival

Só quem sabe de política energética diz que as energias fosseis, ainda vão ficar mais alguns anos até termos energias renováveis suficientes que garantam a exploração das redes energéticas com fiabilidade.  Portugal não está melhor porque não quer avançar com a produção distribuída. Não sei se é por vontade política ou se são os lóbis que se opõe. Na verdade, embora a energia solar seja uma energia variável é mais fácil prever a sua produção do que a energia eólica. Com o preço dos painéis solares em baixa e com mais rendimento na produção a preços cada vez mais competitivos e com tecnologias cada vez mais amigas do ambiente era possível um aumento de produção junto do consumo durante o dia, que evitaria alguma bombagem hídrica durante a noite, já que a energia bombada de uma barragem para outra com o sobrecusto da bombagem (o gerador gasta energia da rede quando funciona como motor) é usada na produção nas pontas de consumo problemáticas rede. Mas não foi só as energias renováveis, nomeadamente a eólica que coloca problemas de integração nas redes face á sua variabilidade, dado que é necessário ter centrais em vigilância para fazer as devidas correções para que a rede elétrica mantenha a estabilidade necessária na alimentação que faz em qualquer nível de tensão aos seus consumidores.

Então em que ficamos: Havia necessidade de maior planeamento no fecho das centrais a combustíveis fosseis, para não ficarmos tão dependentes das centrais a gaz natural, que estavam a espera para aumentar o preço. Firmar há cinco anos com o MW a 30 € para novos empreendimentos preços de 100€ o MW para energias eólicas é estar a admitir que o preço da energia vai subir a curto prazo o que aconteceu para os consumidores domésticos e empresas. Os mercados quer de combustíveis fosseis que de energias renováveis, não dormem e reduziram a oferta de combustíveis fosseis que para já são necessários dada a quantidade de energia necessária para equilibrar as redes elétricas dada a potencia de energia eólica disponível, recorrendo as centrais a gaz natural fazendo disparar o preço da energia elétrica. Em Portugal refletiu-se tudo o que aconteceu nos outros mercados com o Mibel a dar a cambalhota no preço de mercado, quadruplicando o valor do preço  MW da energia elétrica. O remédio encontrado pelo governo português (almofadas) é um comprimido de pouca dura, porque o mercado procura sempre o equilíbrio entre a oferta e a procura e neste momento a oferta é baixa porque as empresas pretendem obter mais valias financeiras que o mercado lhes proporciona. Esperamos que o inverno traga água suficiente para aumentar a disponibilidade de produção hidroelétrica e o vento chegue e simultaneamente para subir produção instalada nacional de energias renováveis. A situação atual é tão grave que pode prejudicar o relançamento da economia nacional, se os preços reais da energia forem refletidos na fatura das empresas não haverá bazuca que nos valha. A teoria de que os mercados se equilibram entre a oferta e a procura não é valida há muitos anos para o mercado energético, já que quem investe milhões num empreendimento quer garantir que vai receber o investimento negociando o preço do MW de venda da produção quando estiver em condições de produção nos termos acordados garantindo o retorno do seu investimento.

Não restam dúvidas de que o preço da energia vai ter que ser ajustado ou os nossos impostos vão aumentar para fazer o pagamento aos produtores

Neste momento os mercados energéticos necessitam de maior oferta de energia para venda de forma a equilibrar a procura em valores de compra razoáveis.

 Manuel Afonso Machado – Economista

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